terça-feira, 13 de outubro de 2015

Alguns livros meus...

Todos se encontram no Amazon. É dar uma olhada e se interessar, favor comentar... 
O primeiro é: Uma Lágrima pela Vida... Fala da vida em uma matilha de lobos, entre o amor em família e os percalços da vida no dia a dia. 
O segundo é um conto rápido, que pretendo ajustá-lo em uma história mais longa... É Lolita, que conta a vida de um cão e suas desventuras.
O terceiro, Um Mistério na Serra do Mar, trás a luta de um grupo de adolescentes na Serra dos Três Picos, então, na região de Nova Friburgo.





Troquei a capa do meu livro Um Mistério na Serra do Mar.


domingo, 26 de julho de 2015

Um trecho do meu livro Um Mistério na Serra do Mar.

O despertador vibrava ensurdecedor, aos ouvidos de Felipe. Já passava das sete horas, e ele que fora dormir lá pelas quatro, ergueu-se de um salto e enfiou-se no chuveiro, deixando com que a água fria o acordasse de vez. Lançou demorado olhar ao relógio e sorriu. Como sempre estava atrasado. Marcara com o grupo as oito e ainda se encontrava no banho. Na verdade, achava aquela ideia meio louca, mas a ideia fora de Douglas e, ele, por ser o líder, não devia ser contestado; ainda mais porque não lhe surgira ideia melhor.
Meia hora depois estava diante do portão de sua casa a espera da condução. O silêncio atordoante de sua casa o avisava de que seus pais haviam deixado o Rio e viajado para o Espírito Santo, para a fazenda de seu avô.
“É bom!”
Lá vinha o dito ônibus. Pensou duas vezes se lhe fazia sinal, ou se voltava e ligava ao Douglas, dizendo que não ia. Por certo, de nada adiantaria, pois o amigo já devia estar esperando-o no muro da casa de Flamarion.
“Isto é invasão de domicílio...”.
Riu entrando no ônibus, chamando a atenção dos poucos passageiros. Sentou-se a um canto, sozinho, sentindo-se alvo dos olhares desconfiados daqueles que compartilhavam da mesma condução. Já estava acostumado com aquela reação, pelas roupas extravagantes que normalmente usava e pela cor negra de sua pele. Desceu na Urca e andou ainda por mais ou menos quinze minutos, até parar numa rua sem saída, onde Douglas e Antônio Carlos o esperavam.
- Olá companheiros?
Cumprimentaram-se, e foi Douglas que lançando um olhar ao redor, quem perguntou:
- Vamos agir?
- Tem certeza?
Douglas confirmou, apesar de entender a preocupação de Felipe e mesmo de Antônio Carlos. Se fossem pegos invadindo a casa de Flamarion, seriam levados à delegacia e ele, principalmente ele, não poderia se meter em nova encrenca ou acabaria muito mal.
- Antônio fica de olho.
Antonio Carlos não precisou de mais nenhuma palavra e confirmou com a cabeça.
Rápido e ágeis, os dois rapazes ganharam o lado oposto da rua, e após certificarem-se de que não havia viva alma os observando, transpuseram o muro da casa do professor. Antônio Carlos, sabendo que os amigos estariam bem, afastou-se um pouco para não chamar a atenção sobre si. Nada poderia dar errado, nada mesmo.
- Contou aos outros o que estamos fazendo?
Douglas riu.
- Está louco! Ana me entregaria. É muito arriscado e o único que poderia nos tirar desta, se formos pegos, é meu tio, mas ele já esta uma fera comigo por causa das fotos.
Olhou Felipe com calma. Estavam diante da porta principal do velho casarão, meio acabado pelo tempo.
- Como vamos entrar?
- Pela porta... – respondeu Douglas, misterioso, enquanto andava para os fundos da casa. – Já vim muitas vezes aqui. O professor gostava de me mostrar as suas descobertas... Há uma chave sobressalente. – Douglas estava preocupado. – Ele vivia esquecendo a sua. Fiz uma cópia e a escondi.
Felipe nada disse.
Continuaram no caminho. Às vezes eram espantados pelas ratazanas que circulavam livremente no jardim, agora tomado pelo mato e pelas ervas daninhas. Havia dezenas de buracos em todos os cantos, provando aos dois que o abandono era geral.
- Isto aqui esta entregue as baratas! – exclamou Felipe.
Douglas riu.
- O professor nunca foi uma pessoa muito organizada. Agora que ele desapareceu, as coisas pioraram... – Aproximou-se de uma velha árvore e, de um buraco no tronco, retirou uma pequena caixa de fósforos, demonstrando para Felipe que a entrada no lar de Flamarion seria mais fácil do que o amigo estava a pensar. – Vamos?
           Felipe deu de ombros.
Em instantes, encontravam-se no limiar da entrada da casa. O silêncio imperava e a única coisa que podiam ouvir, era o canto do bem-te-vi ao largo, como única testemunha daquela loucura.
- O que vamos procurar? – perguntou Felipe, olhando ao redor. A casa estava realmente uma bagunça. – É pouco o que disse sobre a organização do professor...
- Não foi o professor. – Douglas encarou o amigo. – Alguém andou procurando algo...
- As fotos?
Douglas deu de ombros, não sabia.
- Procure algo que possa nos ajudar. Alguma anotação, talvez um telefone. Infelizmente, o professor não era dado à modernidade.
Felipe via isto.
- Você fica por aqui. – Douglas subiu em direção aos quartos e ao gabinete. – Vou ver o andar de cima. Se houver qualquer coisa, me procure. Não grite!
- Pode deixar.
Felipe viu o amigo desaparecer e tratou de passar os olhos sobre a bagunça reinante. Seria difícil encontrar qualquer indício que pudesse auxiliá-los em sua busca. Pouco depois, Douglas juntava-se a ele, um tanto desanimado.
- Nada lá em cima?
Douglas balançou a cabeça.
- Está tão revirado que se havia algo já não está mais lá.
Felipe tinha a mesma ideia.
- O que vamos fazer então?
Douglas olhou o relógio.
- Preciso voltar para casa.
- Então, a ação!
Douglas concordou. Nada mais tinham a fazer na casa de Flamarion, não era bom exigir muito da boa sorte.
Assim que Antonio Carlos os viu surgir atravessando a rua, suspirou aliviado. Tudo correra bem, ninguém percebera nada, apesar de ver pela fisionomia dos dois amigos, que o risco fora infrutífero.
- E agora?
Douglas olhou em direção ao Pão de Açúcar.
- Devemos nos encontrar mais tarde... Todos!
Mais do que um pedido, era uma ordem.
- Às sete?
Douglas sorriu.
- Às onze.
Os dois amigos o olharam e, compreendendo o porquê daquela hora, resolveram acatá-la sem reclamar.
- Vou ver se consigo chegar a tempo.
Fez um rápido gesto aos amigos e, com um ligeiro sorriso, afastou-se desaparecendo por entre a multidão que agora perambulava pela principal avenida. Seria questão de minutos, entrar no ônibus e conseguir chegar a sua casa sem que seus pais dessem pela sua falta; o que era quase impossível de se fazer já que ele se encontrava na Urca e, sua casa, distanciava-se quase uma hora dali.


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